História do Espiritismo

História do Espiritismo

Resumo

Existe uma dificuldade para se determinar uma data para o aparecimento do Espiritismo. Sabemos que os fatos espíritas existiram desde todos os tempos, mas os espíritas ingleses e americanos costumam indicar como data inicial do movimento espírita moderno o dia 31/03/1848, que assinala o episódio mediúnico de Hydesville (irmãs Fox).

Existe uma época que podemos chamar de pré-história do Espiritismo, com os fatos da Antigüidade e da Idade Média, e uma época de preparação do advento do Espiritismo, que foi a de Emanuel Swedenborg (1688-1772).

A Igreja, cujos dirigentes ensinavam uma vida após a morte (ressurreição, etc), mas que nunca souberam, puderam ou quiseram provar, passou a atacar ferozmente os fatos e os únicos indivíduos através dos quais essa prova‚ cientificamente possível, e que o faziam e o fazem sem qualquer intuito de combate ou de desdouro às organizações religiosas. Perdia a Igreja a grande oportunidade de demonstrar a existência da alma e o seu cortejo de conseqüências e, no mesmo passo, de levar os seus promitentes para uma nova etapa, além de a eles anexar os que em nada acreditavam, passando-os da forma imposta, do desinteresse e da negação, para uma forma sistemática, para uma forma raciocinada, na qual os próprios dogmas e os ritos viriam a ser respeitados como valores históricos e como símbolos que tinham tido a sua função no espaço e no tempo e dos quais os Espíritos seriam emancipados, na medida de sua mesma evolução. Por outro lado, atraídas pelos fatos, tomando contato com os seus mortos queridos, as massas menos cultas, ou mesmo incultas, foram, por um compreensível sincretismo religioso, que a ortodoxia não tolerava, mas que, fina força, aquelas queriam que subsistisse, transformando o Espiritismo numa religião ritualística.

Se, de um lado, o despreparo geral as empurrava nessa direção, foram desestimuladas pelas excomunhões, pela pressão política exercida pela Igreja contra as massas espíritas e principalmente contra os médiuns. E o Espiritismo, que de início atraíra a atenção das camadas mais cultas, pouco a pouco foi sendo por estas abandonado, ou praticado nas ocultas, para que se não comprometessem interesses materiais - sobretudo os políticos - dado o prestígio que a Igreja desfrutava junto ao poder civil, nos países em que havia separação legal entre ela e o Estado.

Então a doutrina caiu nas mãos do povo e a sua prática se alterou. Mas houve uma diferenciação entre neolatinos e anglo-saxões. Nos países de origem latina, onde predomina a Igreja Católica - de todas, a mais intolerante - os espíritas foram excluídos de seu seio. E, teimosamente, ela apresentou aquele do qual poderia ter feito o seu melhor aliado como um adversário temível, como uma nova religião, embora lhe faltassem os requisitos essenciais de uma religião, a saber: um conjunto de dogmas, um ritual e uma hierarquia sacerdotal. De maneira que, se luta existe entre ela e o Espiritismo, não foi este quem a provocou.

Mas nos países saxônicos a coisa é diferente, os promitentes da religião estão mais íntima e solidamente ligados na sua igreja: são eles e não os pastores que a administram e desenvolvem as obras assistenciais; com um ritual mais pobre, enriquecem o Espírito pelo estudo. Assim, o surgimento dos fenômenos espíritas não foi ignorado nem amaldiçoado, mas recebido como uma prova da sobrevivência da alma e uma confirmação dos ensinos bíblicos. Os anglo-saxões, particularmente os ingleses e americanos, aceitaram a revelação espírita com uma restrição, não admitindo o princípio reencarnacionista. Por muito tempo, esse fato serviu de motivo a ataques e críticas ao Espiritismo, o que não impediu que o movimento seguisse naturalmente o seu curso. A Codificação Kardeciana, cujos princípios giram praticamente em torno da lei da reencarnação, foi repelida inicialmente pelos anti-reencarnacionistas.

No movimento espírita, como em todos os movimentos, as coisas vão se definindo aos poucos, através do tempo, não se mostrando logo com a precessão necessária. Somente agora‚ que a figura de Kardec, reconhecida há muito, nos países latinos, como codificador do Espiritismo, vai se impondo também nas suas verdadeiras dimensões, ao mundo anglo-saxão.

Todas as descobertas e todos os empreendimentos tem a sua razão de ser e servir ou aparecendo, na proporção que se possam adaptar ao meio. Os choques do passado foram muitos: Galileu, perseguido e martirizado, por ter-se lembrado de falar sobre o movimento da Terra, coisa impossível, idéia louca; Genner com a sua vacina contra a varíola, que afirmaram pretender ele inocular a bestialidade no homem; Horário Weiss, descobridor da anestesia, sofreu tantas perseguições que acabou se matando; em 1470 o parlamento francês confiscou os primeiros livros impressos introduzidos em Paris. O povo considerava os tipógrafos e os impressores como bruxos, chegando a pedir, em 1533, a supressão da imprensa; Dominico foi morto na masmorra por ter demonstrado a significação do arco-íris; e vai por aí a fora.

Disse Kardec: "A Ciência marcha com os homens, sem os homens e apesar dos homens".

Os Espíritos precisavam fazer saber aos encarnados de sua existência, e assim começaram a utilizar os médiuns de efeitos físicos para produzir os mais diversos tipos de fenômenos, tais como: ruídos (conhecidos como "raps"), materializações e desmaterializações, fenômenos de transporte, voz direta, etc.

Os termos Espírita, Espiritualista e Espiritista correm lado a lado até que Allan Kardec definiu como sendo Espiritismo a Doutrina dos Espíritos codificada por ele (reencarnacionista), sendo então Espírita quem participasse desta doutrina. Os norte-americanos e ingleses (não-reencarnacionistas) usam mais o termo Espiritualista ou Espiritista, às vezes Espírita.

Na Europa e na América do Norte, Espiritismo significa principalmente intercâmbio com entidades desencarnadas; os princípios doutrinários são o objeto de interesse. As pessoas estão primariamente interessadas em obter consolações, alegrias, informações e não em se modificarem.

Cronologia

Pitágoras (570-496 a.C.), considerava que "a alma‚ a verdadeira substância distinta do corpo, ao qual preexiste";

Sócrates (470-399 a.C.), afirmava que os homens que viveram na Terra encontram-se após a morte e se reconhecem. Por pensar desta maneira, e difundir estas idéias, foi condenado a pena de beber cicuta (veneno); afirmava que "a alma‚ a causa da vida do corpo; desde que esse princípio animador o abandone, o corpo perece";

Demócrito (460-370 a.C.), um dos precursores da teoria atômica, estabelecia uma analogia entre a matéria e o Espírito. Dizia que "a matéria e o Espírito são formados de átomos, no entanto, os tomos do Espírito são mais sutis que os materiais e são chamados tomos de fogo";

Platão (427-347 a.C.), foi discípulo de Sócrates e sua doutrina exerceu profunda influência em toda a filosofia ocidental. Foi o fundador do espiritualismo;

**Várias passagens bíblicas assinalam fenômenos mediúnicos;

1520 - Ruídos estranhos em Oppenheim, Alemanha, na casa de Melancthon.

1650 - Haviam pesquisas com ectoplasma (Vaugham - filósofo) que o denominou de mercúrio, por óbvios motivos de censura impostos pela Igreja. Outros nomes para o ectoplasma: plasma, teleplasma e ideoplasma;

1661 - Ruídos estranhos em Tedworth, Inglaterra, na casa de Mrs. Mompesson.

1716 - Ruídos estranhos em Epworth Vicarage, e veja mais adiante o caso das irmãs Fox.

Isaac Newton (1642-1727) dizia que "o Espírito nada mais é do que um corpo de luz não material".

1744 - Emanuel Swedenborg (Um precursor doutrinário do Espiritismo).

Swedenborg (1688-1772), cientista, engenheiro de minas, autoridade em física e astronomia, zoologista, anatomista, financista, político, estudioso da Bíblia, engenheiro militar e místico sueco foi quem, em 1744 afirmou ter recebido um aviso divino para se tornar "tanto um vidente quanto um anunciador da verdade espiritual e da doutrina que está por trás do sentido simbólico e literal das "Sagradas Escrituras". Com a idade de 54 anos, era um dos homens mais cultos de sua época, pois o então Presidente da Sociedade Real, sir Hans Sloan, convidou-o para membro honorário daquela sociedade. Em 1749 publicou em Londres sua obra "Arcana Coelistia", em 4 volumes, que expunham sua doutrina, as interpretações espirituais das Escrituras, especialmente do Gênese e do Êxodo. Há muita fantasia em seus escritos (muita gente supunha-o esquizofrênico, mas seu pensamento‚ sempre sistemático).

As experiências citadas em seu diário, se ocorressem com um homem comum, seriam suficientes para levá-lo ao hospício. Swedenborg conversava ou pensava conversar com Lutero, Calvino, Santo Agostinho, São Paulo, inclusive afirmando que o próprio Senhor o teria visitado com o intuito de escolhê-lo para explicar a Bíblia ao mundo inteiro.

Swedenborg não suportava a religião materialista. Acreditava que todas as religiões deviam estar relacionadas com a vida e pregar um amor ardente das pessoas. O inferno não era o local onde os pecadores sofreriam penas eternas, mas antes um estado de espírito que o fiel podia adotar livremente. Depois da morte, o indivíduo permanece mais ou menos como era antes: a personalidade não sofre uma mudança radical, e o mundo do além‚ uma réplica do universo que vivemos. Dizia também que o mundo celeste corresponde em tudo ao humano, e até mesmo o casamento encontra um paralelo no matrimônio celeste das almas irmãs.

Imanuel Kant, filósofo alemão (1724-1804), ocultou sua influência sob a zombaria do opúsculo "Sonhos do Vidente Espiritual". Goethe foi mais sincero em sua gratidão e seu "Fausto" estão repletos de alusões ao universo de Swedenborg, cuja doutrina abrangia três graus essenciais: Fim, Causa e Efeito. Afirmava ainda que a liberdade do homem permite que ele escolha e faça o bem. Ao morrer, o homem penetra no reino dos Espíritos, de onde pode subir aos céus, ou descer ao inferno, tornando-se um demônio.

Faleceu de uma síncope em Londres no dia 29 de março de 1772, com 84 anos de idade.

No ano de 1788, foi fundada pelos seus adeptos, em Londres, a Igreja Nova Jerusalém, que hoje conta com cerca de 100 mil sectários pelo mundo.

1830 - Edward Irving: os "shakers"

Pertenceu a uma classe pobre de trabalhadores escoceses, nasceu em Annan, em 1792. Era cura de uma igreja e certos membros de sua congregação tinham sido tomados de maneira estranha em suas próprias residências e discretas manifestações ocorriam na sacristia e outros recintos, sendo o serviço da igreja às vezes interrompido por gritos de possessos, muitas vezes considerados como obras do diabo. Os fenômenos físicos começaram a surgir e tinham como finalidade despertar a atenção dos céticos.

As comunidades dos shakers, nos E.U.A., ligados aos Quakers, começaram a dar vazão nas comunicações, principiados por obsessões de vez em quando, de quase toda a comunidade. Vários espíritos de índios se comunicavam.

Os shakers contavam com um homem de notável inteligência, chamado F. W. Evans, que relatou vários fatos ao jornal "New York Daily Graphic" em 1874 e depois da primeira perturbação física e mental, causada pelo aparecimento daqueles espíritos (algumas obsessões), pôs-se a estudar o verdadeiro significado das ocorrências. Chegou a conclusão de que o assunto poderia ser dividida em 3 fases. A 1ª consistia em provar ao observador que a coisa era verdadeira. A 2ª era a fase da instrução, na qual mesmo o mais humilde espírito pode trazer informações de sua própria experiência pós-morte. A 3ª fase, dita missionária, era a sua aplicação prática.

Os shakers chegaram a conclusão de que os índios não tinham vindo ensinar, mas aprender. Assim catequizaram-nos como foi possível, exatamente como o teriam feito em vida (doutrinação). Por que espíritos mais elevados não cuidavam desse ensino? A resposta dada a Conan Doyle foi: "Essa gente está muito mais próxima de vocês do que de nós. Vocês podem alcançá-los onde nós não podemos".

1844 - Andrew Jackson Davis

Nasceu em 1826, nas margens do Rio Hudson, N.Y. Tinha visões desde pequeno e foi orientado por um pensador avançado de nome Livingstone, que passou a usar a clarividência de Davis para o diagnóstico de doenças. Cada órgão do paciente aparecia claramente e com radiação especial e peculiar, que se obscurecia em caso de doença. Além da missão humanitária, em que geralmente se empenhava, às vezes vagava livremente; então descrevia, em magníficas passagens, como via a terra translúcida, abaixo dele, com grandes veios de depósitos minerais, como que brilhando através das massas de metal fundido, cada qual com sua radiação peculiar. Projetava-se facilmente para fora de seu corpo. Acompanhou, em projeção, o desencarne de uma pessoa. Profetizou, antes de 1856, o surgimento do automóvel, da máquina de escrever e do avião. Em 1847 previu a comunicação entre Espíritos da Terra com os de Marte, Júpiter e Saturno. Previu, em 1847, o aparecimento do Espiritismo.

Foi testemunha de fenômenos de Poltergeist, produzidos na casa de um amigo, o Dr. Phelps, no início de 1850.

1846 - Ira Erastus Davenport e Willian Henry Davenport

Nasceram em Buffalo, N.Y., em 1839 e 1841, respectivamente.

Em 1846, 2 anos antes das manifestações nas irmãs Fox, a família era perturbada por batidas, socos, altos ruídos e estalos. Eles experimentaram colocar as mãos sobre a mesa e mensagens eram recebidas através de letras.

Ira desenvolveu a escrita automática. Logo surgiu a levitação e o rapaz era suspenso no ar, por cima das cabeças dos que se achavam na sala.

Centenas de cidadãos respeitáveis de Buffalo presenciaram os fatos.

Um lápis foi visto escrevendo em plena luz do dia, sem qualquer contato humano. Houve fenômenos de voz direta.

Em 1857, professores da Universidade de Harvard fizeram várias experiências com os rapazes (que tinham 18 e 16 anos). Eles haviam se submetido com êxito a todas as provas que o engenho humano podia inventar e mesmo assim foram denunciados como trapaceiros e mistificadores.

Nas várias experiências, os irmãos eram amarrados juntos, a vista de todos e vários instrumentos musicais a volta deles tocavam percutidos por mãos materializadas. Sofreram violências físicas em algumas apresentações públicas na Inglaterra, em 1865. Foram aconselhados pelo sempre presente espírito monitor que as manifestações deviam ser conservadas acima do nível dos divertimentos teatrais. Por isso recusaram as elevadas somas que lhes eram oferecidas.

1848 - O episódio de Hydesville (N.Y.)

Um mascate‚ assassinado numa casa em Hydesville.

Uma família de fazendeiros de nome Fox, metodistas, mudou-se para a casa, e tinha 2 filhas no tempo em que as manifestações atraíram a atenção geral. Eram Margaret de 14 anos e Kate de 11 anos.

Estamos no ano de 1848 e os ruídos (raps) em sons de arranhões começaram a ser ouvidos, idênticos aos que foram registrados em outros locais do mundo.

Em março de 1848, os ruídos aumentaram de intensidade. Às vezes eram batidas, às vezes arrastar de móveis. As camas tremiam e se moviam.

Em 31/03/1848, Kate Fox desafiou a força invisível a repetir as batidas que ela dava com os dedos, no que estabeleceu-se um diálogo.

Chegaram a conclusão de que aquela força podia ver e ouvir, pois até dobrava o dedo sem fazer barulho e o arranhão respondia. A mãe fez uma série de perguntas para serem respondidas com números, todas acertadas.

Estabeleceu-se uma reunião com vizinhos que perguntavam muito. Ele (o dono dos ruídos) informou ser um Espírito e que tinha sido assassinado naquela casa e disse o nome do antigo inquilino, que o matara, e tinha sido enterrado na adega a 10 pés de profundidade. Seu nome era Charles B. Rosma.

Isaac Post, um quaker de Rochester, coordenou as mensagens sob a forma de alfabeto. Em 02/04/1848 constatou-se que os arranhões se produziam tanto de dia como a noite.

No verão de 1848 escavaram a adega e encontraram restos de ossos humanos. Cinqüenta e seis anos mais tarde, em 1904, um jornal de Boston noticiava que: "o esqueleto do homem que se supõe ter produzido ruídos ouvidos pelas irmãs Fox, em 1848, foi encontrado na casa ocupada pôr elas e sem dúvida comprova a sinceridade na descoberta da comunicação dos espíritos."

Vários outros fenômenos ocorreram na família do diácono Hale, de Greece, cidade vizinha de Rochester e em outras famílias de outras cidades, deixando evidente que não estavam ligados somente nas meninas.

Sucederam-se casos de pessoas que seguiram conselhos de espíritos pouco sérios e se deram mal, colocando em risco suas vidas.

NOTA: O médium não evangelizado e não educado para servir no Bem ao próximo, sem interesse e com humildade, geralmente se atrapalha em suas próprias inferioridades. Sabemos que os espíritos são como nós: inferiores, superiores, interesseiros, bons, maus, sábios, evoluídos, zombeteiros, enfim de todas as qualidades, de acordo com a evolução moral e/ou intelectual que tenha atingido até então e se ligam a nós pela sintonia mental, ou seja, iguais ou semelhantes se atraem.

Muitas vezes levantou-se a questão: "Qual o objetivo de tão estranho movimento naquela época especial?"

A resposta a esta pergunta foi feita em duas ocasiões diferentes, em dois anos diversos e através de médiuns diversos. Em ambos os casos a resposta foi idêntica. A 1ª dizia: "É para conduzir a humanidade em harmonia e para convencer os céticos da imortalidade da alma."; a 2ª dizia: "É para unir a humanidade e convencer as mentes céticas da imortalidade da alma".

Durante alguns anos as duas irmãs Fox fizeram sessões em N.Y. e em outros lugares. Horace Greeley, posteriormente candidato à presidência dos E.U.A., achava-se profundamente interessado por elas e convencido de sua honestidade.

Ocorre, porém, que elas acabaram se envolvendo com vícios (álcool) e em caminhos degenerativos da mente e do caráter, por serem inexperientes e não encararem o contato com os espíritos de maneira séria, com objetivos sadios e sem interesse material.

Em dezembro de 1872, Miss Fox casou-se com Mr. H. D. Jencken, um advogado londrino que foi um dos primeiros espíritas da Inglaterra. Durante o almoço de gala do casamento foram ouvidas várias batidas, em várias partes da sala e a mesa sobre a qual se achava o bolo foi repetidamente levantada do solo.

Em algumas sessões na América ocorreram materializações e transporte de objetos de uma sala para outra.

O prof. William Crookes (1832-1919) - físico e químico inglês, descobridor do elemento químico Túlio e dos raios catódicos, fez um inquérito sobre os poderes da médium e pode constatar numerosos efeitos físicos.

A mediunidade de Miss Fox (agora Mrs. Jencken) se mesclava em todos os atos de sua vida diária.

O prof. Butlerof, da Universidade de São Petesburgo, quando fez uma visita matinal ao casal, em companhia de Mr. Aksakof, ouviu batidas no assoalho. Em 04/02/1876 o prof. Butlerof escrevia: "os fenômenos dessa médium são fortemente convincentes e objetivos."

Em 09/05/1882 houve casos de psicografia em que a médium era a Mrs. Jencken, já viúva e com 2 filhos que manifestaram mediunidade na mais tenra idade.

Por volta de 1888, estiveram envolvidas com ganhos monetários advindos de apresentações espíritas. Já debilitadas pelo alcoolismo, chegaram a alegar que os fenômenos eram uma farsa e mais tarde arrependeram-se por ter caluniado o Espiritismo, readmitindo a veracidade dos efeitos.

As irmãs Fox desencarnaram por volta de 1892 e seu fim foi triste e obscuro.

Está claro que um médium que emprega mal os seus dons sofre com a degradação do caráter e torna-se acessível às influências maléficas.

Dr. Crawford, investigador do fenômenos das batidas, conclui que as mesmas são causadas pela projeção, pelo médium, de um longo fio de uma substância diferente de qualquer matéria até então conhecida. Tal substância foi cuidadosamente examinada em 1903 pelo eminente fisiologista francês Dr. Charles Richet (1850-1935), Nobel de medicina em 1913, que a chamou de ectoplasma.

Estes fios são invisíveis aos nossos olhos e parcialmente visíveis na placa fotográfica e conduzem energia de tal maneira, que há perigo quando o médium de efeitos físicos não trabalha pela sua moralização, perigos que são: enfraquecimento da vontade, tentativa de recuperar as energias por meio do álcool, tentativa de fraudar quando as forças aumentam e influência prejudicial de espíritos zombeteiros que cercam os grupos que se reúnem mais por curiosidade do que por interesse sério.

Teoria da criptestesia de Charles Richet: "O homem tem um corpo etérico com muitos dons desconhecidos, entre os quais um poder de manifestação exterior em formas curiosas. Há uma etapa preliminar e elementar em todo trabalho psíquico que depende de um poder inato e possivelmente inconsciente do médium."

Logo que o caso das irmãs Fox foi divulgado, inúmeros outros casos começaram a se tornar públicos, pois 10 anos antes havia casos, em vários locais, que não eram divulgados tanto por medo do ridículo, quanto pela ignorância do que isso fosse.

Resumo do depoimento do juiz John W. Edmonds, um grande caráter e inteligência brilhante: "Em janeiro de 1851 tive minha atenção chamada para as manifestações espíritas. Dedicava todo o meu tempo a leituras sobre a morte e a sobrevivência do homem. Durante minha vida, a esse respeito, não tive doutrinas senão contraditórias e descrentes, que dificilmente saberia em que acreditar. Fui convidado a assistir as "batidas de Rochester". Resolvi investigar para verificar se não era mistificação durante 4 meses e a prova veio com tal poder que nenhum homem equilibrado lhe poderia negar fé." A experiência mostra que uma aceitação fácil de tais manifestações, é muito rara entre pensadores sérios e que dificilmente se encontra um espírita eminente que não tenha estudado e meditado por muitos anos.

O prof. Robert Hare, da Universidade de Pensilvânia, era um grande cético e para tentar provar que o Espiritismo era uma farsa fez algumas experiências após as quais se tornou um crente decidido. Em 1853 pegou bolas de bilhar, colocou-as sobre folhas de zinco e pôs as mãos dos médiuns sobre as bolas. Com grande surpresa sua, as mesas se moveram. A seguir arranjou uma mesa onde a tampa se movia para a frente e para trás; a ele adaptou um dispositivo que girava um disco contendo as letras do alfabeto, ocultas as vistas dos médiuns. As letras eram dispostas de modo variado, embaralhadas e ao espírito era solicitado que as pusesse em ordem e isso era feito.

Seguiram-se então frases inteligentes, que os médiuns não podiam ver nem saber o sentido.

1850 - O Espiritismo francês, alemão e italiano

Na França e nos povos latinos há preferência pelo termo Espiritismo e por Allan Kardec, cuja feição predominante é a reencarnação.

Quando as manifestações espíritas chamavam a atenção na Europa, Allan Kardec (Lyon, 1804-1869 - educador, discípulo de Pestalozzi) investigou o assunto através da mediunidade de 2 filhas de um amigo, que tinham menos de 14 anos. Ele controlou a atividade das médiuns com uma longa série de perguntas, o que fez com que em 2 anos Kardec mudasse suas antigas convicções.

Quanto ao Espiritismo, também há o destaque para Franz Mesmer (médico - 1775-1815 - pai do Hipnotismo) que realizou seu maior trabalho em Viena, no fim do século XVIII; foi ele quem deu o primeiro impulso para a dissociação entre alma e corpo, antes do atual modo de pensar da humanidade.

Na Itália, a oposição da Igreja foi mais notável, pois sem muita lógica estigmatizou como diabolismo os casos que não recebessem a marca especial da Santidade. A Itália foi rica em médiuns, mas mais afortunada em homens de ciência que acompanhavam os fatos: Ermacora, Schiaparelli, Lombroso, Ernesto Bozzano, Morselli, Chiaia e médiuns como Eusapia Palladino, Politi, Lucia Sordi, Linda Gazzera, e outros.

1852 - Jonathan Koons (fenômenos de voz direta)

Fazendeiro em Ohio, foi o primeiro médium moderno que se tem notícia que teve em sua casa fenômenos de voz direta, em que o espírito denominado John King falava através de uma pequena trombeta. As pequenas palestras deste espírito versavam sobre o benefício que colheríamos, com o tempo, em mantermos diálogos sadios com os espíritos, incentivando a caridade com os que estão no erro e na ignorância e que devemos zelar pela nossa sabedoria.

Este fenômeno (voz direta) iniciou-se em tempos muito antigos (há várias citações na Bíblia) com exemplos históricos: Paulo de Tarso, Sócrates, Joana D'Arc, e outros. A explicação para o fenômeno é que o ectoplasma procedente do médium e também, em menor proporção, dos assistentes, usado pelos espíritos operadores na moldagem de uma espécie de laringe humana utilizada para a produção da voz.

Há casos registrados de padres que mantinham diálogos com espíritos por voz direta.

Mrs. Elizabeth Blake, também de Ohio, foi a maior médium de voz direta de quem se teve notícia. Era pobre, iletrada, vivia numa pequena aldeia de Bradrick, em West Virginia. Era médium desde criança, muito religiosa e pertencia a Igreja Metodista da qual foi expulsa, como outros, devido a sua mediunidade.

Os fenômenos de voz direta diferem da mera clarividência e da fala em transe, por isso os sons não parecem sair do médium, mas de fora, as vezes de uma distância de alguns metros e continuar quando a boca do médium está cheia d'água e, outras ocasiões, se fazendo ouvir 2 ou 3 vezes simultâneas. Nestas ocasiões uma trombeta de alumínio é empregada para aumentar a voz, e também, como supõem alguns, para formar uma pequena câmara escura, na qual as cordas vocais então usadas pelo espírito, se podem materializar.

1853 - Os católicos e os evangélicos fazem grande oposição ao Espiritismo, afirmando ser tudo obra do diabo.

1854 - A 1ª organização espírita

Neste ano ‚ fundada em N.Y. a 1ª organização espírita regular, denominada Sociedade para a Difusão do Conhecimento Espírita e contava com pessoas como o juiz Edmonds e o governador Tallmadge, de Wisconsin. Entre as atividades havia um jornal "The Christian Spiritualist" e o contrato com Kate Fox para sessões diárias, franqueadas ao público.

1856 - As obras de Allan Kardec

O Espiritismo, codificado por Allan Kardec, possui 3 ramos: filosófico, científico e religioso. As obras que produziu enfocam as 3 áreas de maneira mais objetiva.

Kardec escreveu, baseado nas respostas dadas pelos espíritos aos médiuns, que tinham menos de 15 anos, os seguintes livros:

1856 - 1ª edição de "O Livro dos Espíritos"

1857 - 2ª edição de "O Livro dos Espíritos" - de caráter filosófico

1861 - "O Livro dos Médiuns" - de caráter científico

1864 - "O Evangelho Segundo o Espiritismo" - de caráter religioso

1865 - "O Céu e o Inferno"

1867 - "A Gênese"

A primeira tradução para o português de "O Livro dos Espíritos" foi feita em 1875 por Carlos Travassos.

As obras de Kardec são consideradas pela maioria dos espíritas do continente como a base da filosofia religiosa do futuro, por estar em harmonia com o avanço das descobertas científicas nos vários outros ramos do conhecimento humano (Psicologia, Psiquiatria, Parapsicologia, Ufologia, Análise, Biopsíquica, Medicina, Biologia, Física, Química, etc).

1857 - Daniel Dunglas Home

Nasceu em 1833 em Currie, próximo a Edimburgo. Aos 13 anos já possuía faculdades psíquicas. Seu notável poder curador tinha excitado a admiração e persuadido pelos amigos, começou a estudar medicina. Tinha a saúde muito delicada e sua educação foi interrompida pela doença. Em 1857 o Clube União, de Paris, ofereceu-lhe 2 mil libras por uma única sessão e ele, pobre e inválido, recusou terminantemente. Disse ele: "Fui mandado em missão; essa missão é demonstrar a imortalidade. Nunca recebi dinheiro por isso e jamais o receberei".

Houve casos de levitação, em 1857, com Home e vários outros testemunhados por Sir Willian Crookes.

A caridade era uma das mais belas características de Home e só se tornava pública por acaso e indiretamente.

Home dispensava a obscuridade completa em seus trabalhos de materialização (caso raro). Apesar de inúmeras testemunhas e do grande trabalho executado, a imprensa britânica o taxou de impostor e charlatão.

1861 - A queima de livros de Kardec em Barcelona

Em 09/10/1861 as 10:30h, por ordem do bispo da cidade, Dom Antônio Pala Y Termens, foram queimados cerca de 300 exemplares entre "O Livro dos Espíritos", "O Livro dos Médiuns" e "Revista Espírita" de Kardec.

Os principais jornais da Espanha deram a circunstanciada notícia do acontecimento, que os órgãos da imprensa liberal reprovaram energicamente.

Os jornais da França também citaram o fato e diz um deles que: "Não achava uma palavra para aquele ato de intolerância do clero, digno da Idade Média."

Os livros foram remetidos da França para a Espanha em caixas, entre outras mercadorias.

A grande repercussão que teve este ato concorreu para a propaganda da doutrina e fez progredir o Espiritismo na Espanha e em outros lugares. As obras queimadas foram procuradas com maior avidez.

1861 - Fotografia Espírita

Iniciou-se em Boston por Willian H. Mumler, que ao tirar uma foto sua, sozinho na sala, após revelar a chapa notou que havia mais alguém na foto. Era sua prima que havia morrido há 12 anos.

Perguntado se as aparições ao lado de pessoas nas fotos se davam mais com pessoas espíritas, respondeu que não; as aparições se manifestavam mais ao lado dos céticos.

O Rev. Stainton Moses achava que as formas fotografadas eram moldadas em ectoplasma.

Pesquisas mais modernas sustentam que a imagem é precipitada no filme fotográfico ou que uma tela psíquica é aplicada na chapa (filme).

Há uns 50 anos, a existência de um corpo fluídico nos seres vivos recebeu inesperada confirmação da ciência materialista. O técnico em eletricidade Semyon Kirlian, coadjuvado por sua esposa Valentina, na Rússia, construiu uma câmara elétrica de alta freqüência na qual se podem obter fotografias coloridas, de grande beleza, de uma parte imaterial nos animais e plantas.

Mais tarde concluiu-se que fotos de objetos inanimados também emitem um raio luminoso em torno de si. Entre fotos de tecidos vivos e de objetos há uma diferença acentuada, pois nos primeiros, a luz é tremulante, mais extensa, variável e de cores diversas; nos objetos, ela é estreita, uniforme e imóvel.

Comprovou-se que a luz irradiada de seres vivos varia de acordo com o estado de sanidade dos tecidos e até com o estado emocional das pessoas.

1863 - Willian Denton, autor de "Segredos da Natureza", livro de psicometria. Foi a primeira pessoa a pesquisar as moldagens feitas com corpos de ectoplasma. Em alguns casos, mãos materializadas eram mergulhadas em parafina líquida, que após se solidificarem e com a ausência do ectoplasma formavam moldes perfeitos de mãos humanas.

1869- Investigações coletivas sobre o Espiritismo

Diversas comissões foram formadas para as investigações do Espiritismo, entre elas as principais foram: 1869-70: Sociedade Dialética de Londres; 1884 - Comissão Seybert, e de 1905 a 1907 - Instituto Geral Psicológico da França.

Na comissão da França, foi convidada a médium italiana Eusápia Palladino.

As pessoas que compunham estas comissões pouco entendiam da natureza do trabalho que defrontavam e pouco tempo tinham para se dedicar a essas investigações. A incredulidade e a falta de bom senso fizeram com que os relatórios das comissões fossem parciais e injustos.

Os homens da ciência se dividem em 3 classes: 1ª - Os que não conhecem o assunto, mas criticam assim mesmo; 2ª - os que conhecem, mas temem confessá-lo, por isso negam; e 3ª - os que sabem que é verdade e não temem proclamá-lo.

Havia na época um prestidigitador chamado Harry Houdini que cobrava 2 a 3 dólares por pessoa para ouvi-lo em discursos atacar os fenômenos, afirmando ser tudo um embuste, mesmo tendo assistido a eles.

No livro do Dr. Carl Wickland "The Gateway of Understanding - O Pértico do Entendimento" pp. 55 a 60 há uma narração da manifestação do espírito do Sr. Houdini, que se confessou profundamente arrependido pelos atos cometidos.

Ele manifestou-se graças a mediunidade da Sra. Wickland.

1870 - As experiências de Sir Willian Crookes (de 1870 a 1874)

Willian Crookes inicia as primeiras pesquisas no Espiritismo que foram publicadas na íntegra em 1874, causando grande tumulto, o que ameaçou de expulsão da Sociedade Real o cientista, que passou a ser mais cauteloso em suas opiniões quando exprimidas publicamente.

Realizou experiências com materializações com a médium Miss Florence Cook, de 15 anos.

Em 1874 Crookes tirou 44 fotos de um espírito materializado, que se chamava Katie King. Durante estas experiências, Crookes comprovou que a luz incidente sobre o médium de efeitos físicos, quando em transe, lhe é prejudicial (com raríssimas exceções) e que o médium também sofre severo desgaste de energias.

Foram feitos experimentos com o efeito da luz sobre o ectoplasma e o espírito materializado começou a desfazer-se gradativamente.

Pesquisas no campo da transfiguração demonstraram que o ectoplasma, sendo insuficiente para construir a figura completa, é usado para revestir o médium de modo que este possa formar a fisionomia desejada.

Ficou comprovado também que o peso de objetos pode ser alterado para mais ou para menos conforme a vontade do espírito. Instrumentos musicais foram tocados sem contato das mãos.

Friedrich Zollner, na Alemanha, fez praticamente o mesmo.

Em 1874, Crookes esquivou-se de reeditar as seus artigos sobre o assunto e não quis que circulassem as fotos tiradas de Kate King (hoje em arquivos).

Em 1904, Willian Crookes admitia em entrevistas a jornais de que o Espiritismo havia liquidado o velho materialismo e que tinha crença absoluta de que os nossos entes queridos, ao passarem para o Além, ainda nos observam.

Se alguém nos diz que não é obrigado a dar crédito as crenças, só porque um intelectual crê, deveria pensar que se Einstein acreditou na existência de Deus e isso não significa que todos venham a acreditar em Deus só porque Einstein abraçava esta crença. A crença não existe apenas pela fé. O indivíduo crê no que vê, no que ouve, no que sente, no que observa, no que experimenta. Crer é ter como verdadeiro. E tanto se pode ter como verdadeira a existência de Deus, baseada na fé, como a do fenômeno, baseada no fato.

Tanto se pode crer na existência de Deus, como presumia Einstein, por misticismo, como na existência de seres invisíveis e inteligentes, como assegurava Crookes, por suas experiências. Ora, a crença de Einstein poderia provir da fé, mas a de Crookes proveio da mediunidade.

Havia fatos, provas para a crença de Crookes, enquanto não sabemos a que existia para a crença de Einstein. A autoridade de Crookes não se limitou a Física e a Química. Sempre o consideraram o mais eclético dos sábios ingleses.

Crookes verificou durante 3 anos a existência de Katie King que freqüentemente se materializava ao lado da médium Florence Cook, a vista de testemunhas.

"As campanhas fanáticas e difamatórias contra o Espiritismo afastaram numerosos cientistas da nova Ciência e impediram o desenvolvimento natural da doutrina no mundo. Perseguições religiosas, condenações acadêmicas, escândalos na imprensa, calúnias como as lançadas sobre Crookes e Richet produziram os resultados que as forças obscurantistas objetivaram. O Espiritismo, como a Filosofia Grega no tempo de Diógenes, que se refugiou num tonel, teve que refugiar-se no coração humilde, mas sincero do povo, na cripta dos sentimentos religiosos. A Ciência Admirável de Descartes apagou as próprias luzes e enfurnou-se nos tonéis da beatice. Mas o avanço irresistível das Ciências ressuscitou das cinzas essa Fênix de asas consteladas, para que o seu esplendor possa iluminar o futuro do mundo. A consciência dos espíritas, essa Bela Adormecida do bosque do comodismo, ter que despertar ante a fulguração dos novos tempos" - José Herculano Pires em "O Espírito e o Tempo".

1872 - O Reverendo Willian Stainton Moses

Nasceu em 1839 e foi o escritor que deixou sua marca mais forte sobre o lado religioso do Espiritismo, até então. Praticante da caridade sem interesse, atendia aos pobres e doentes, fazendo curas em sua igreja. Tornou-se espírita em 1872.

Usava o pseudônimo de M. A. Oson para escrever suas obras.

Deixou várias obras sobre elevados aspectos do Espiritismo e tornou-se redator da revista Light.

Sua mediunidade abarcou quase todos os fenômenos físicos conhecidos.

Seus livros: "Identidade dos Espíritos (1879)"; "Aspectos mais Elevados do Espiritismo (1880)"; "Psicografia (1882)"; e "Ensinos Espiritistas (1883)".

1872 - Mais fotos de Espíritos

Fotos do espírito de Hudson despertam enorme interesse.

1875 - Alfred Russel Wallace (1823-1913)

Naturalista inglês, participou com o entomólogo Henry Bates de uma expedição na Amazônia, que deu origem a uma importante obra de sua extensa bibliografia: "Viagens pelo Amazonas e Rio Negro (1853)". Colaborou com Darwin na elaboração da teoria evolucionista.

Publicou em 1875, "Sobre Milagres e o Moderno Espiritismo".

1874 e 1875 - Os Irmãos Eddy (Willian e Horatio)

Estes foram os anos de grandes atividades psíquicas nos E.U.A.

A ignorância da época era muito grande e como os fenômenos psíquicos acompanhavam até as crianças nas escolas, em casa o jovem Eddy caia em transe e o pai e o vizinho despejavam água fervente sobre ele e punham brasas sobre sua cabeça deixando-o permanentemente marcado.

Depois que cresceram, o infeliz pai tentou fazer dinheiro com os poderes que havia desencorajado e alugava os filhos como médiuns.

Assim foram os primeiros dias dos médiuns: eram algemados, torturados, enjaulados.

O coronel Olcott, do jornal Daily Graphic, de N.Y., ficou encarregado de fazer investigações e desmascarar os impostores. E o Cel. Olcott testemunhou todos os tipos de mediunidade nos irmãos Eddy: batidas, movimentos de objetos, pinturas a óleo e aquarela sob influência espiritual, profecias, fala de línguas estranhas (xenoglossia), poder de cura, levitação, psicografia, psicometria, clarividência e materialização.

Olcott a tudo examinava com a presença de peritos.

Chegou-se a conclusão de que a música e o canto tinha íntima ligação com os resultados psíquicos e a luz branca era desaconselhada (usava-se a vermelha) nas materializações e efeitos físicos.

Conclui-se também o porque do uso de cabines em sessões de materializações: os vapores ectoplasmáticos podem se condensar mais facilmente.

Madame Blavatsky, então desconhecida em N.Y., tinha vindo observar os fatos. Naquela época (1874) ela ainda não tinha desenvolvido a linha teosófica e era uma espírita ardorosa.

A amizade dela com o Cel. Olcott produziria no futuro alguns fenômenos interessantes: várias materializações de russos conversavam com ela, naquela língua, mas a principal figura era um índio chamado Santum e uma índia chamada Honto que eram tão perfeitos que muitas vezes a assistência seria desculpada por esquecer que estava tratando com espíritos.

Experiências mostraram que a respiração de espíritos materializados em água de cal produz a reação característica do dióxido de carbono (a água fica turva). Os próprios espíritos diziam que tinham que aprender a arte da materialização, assim como nós aprendemos qualquer outra arte. Muitos médiuns jamais vão além do estágio em que são materializadas somente as mãos, ou parte dos espíritos.

Willian Eddy era médium mais voltado as materializações e Horatio de características mais diversas.

Numa das materializações, a índia Honto de 1,60m de altura, foi submetida a pesagem numa balança aferida. As 4 pesagens foram feitas numa mesma noite e os resultados foram: 39,9 ; 26,3 ; 26,3 e 29,5 Kg. O médium Eddy pesava 82 Kg.

Ficou demonstrado também que cada um dos assistentes e o médium que doam ectoplasma sofrem uma perda no peso corporal.

Logo depois da chegada de Mme Blavatsky, os médiuns e os espíritos se tornaram esquivos com o Cel. Olcott, que mantinha íntima relação com a 1ª. Dois anos depois a dama russa, que até então era espírita, iniciava seus ensinos teosóficos denominando tais espíritos de "cascões astrais", afirmando que os mesmos não tinham vida própria.

A médium Mrs. Compton estava fechada em sua cabine com um fio passado pelos furos de suas orelhas e amarrada ao encosto de sua cadeira. Então uma figura branca emergiu de sua cabine. Olcott havia providenciado uma balança na qual o espírito ficou de pé. Foi pesado 2 vezes, registrando 35,7 e 27,3 Kg respectivamente. Então o Cel. Olcott foi a cabine, deixando o espectro do lado de fora. A médium havia desaparecido. A cadeira estava lá, mas nem sinal da senhora. Olcott pesou novamente a aparição que apresentou 23,5 Kg, depois voltou a cabine e encontrou a médium sentada, fios intactos, pálida e fria, olhos revirados, testa úmida sem pulso e sem respiração. Estava em catalepsia e foi levada para um local arejado, fora da câmara. Ficou assim por 18 minutos, voltando a vida gradativamente. Foi pesada, apresentando 55 Kg.

Onze testemunhas presenciaram o fato. O desaparecimento momentâneo da médium pode ser assim teorizado: a figura ectoplasmática pesava cerca de 35 Kg (numa das pesagens) e a médium 55 Kg, tornando-se claro que apenas 20 Kg eram deixados para a médium, quando o espírito estava fora. Só 20 Kg não bastavam para sobreviver e provavelmente os guias espirituais a tenham desmaterializado para preservá-la do perigo até que a volta do espírito materializado lhe permitisse a reabsorção.

1875 - Willian Eglinton

Os casos de levitação de objetos se davam em plena luz do dia (caso raro). Visitou vários países: África do Sul, Suécia, Dinamarca e Alemanha. Em 1880 foi na Universidade de Cambridge, onde realizou trabalhos sob a fiscalização da Sociedade de Psicologia. Depois foi na Holanda, E.U.A., Índia, Itália e França. Verificou-se com Eglinton também o fenômeno das lousas .

1875  - O médium Dr. Monck

Fez demonstrações de materializações na Inglaterra. Em 1876 visitou a Irlanda, onde usou seus dons para efetuar curas. Ofereceram um prêmio de 1000 libras a quem imitasse os fenômenos. O grande mágico J. N. Maskelyne tentou, sem sucesso.

1876 - Henry Slade - O célebre médium da escrita nas lousas

Eram escritas mensagens nas faces internas de 2 lousas, por vezes amarradas e seladas juntas, a vista de todos, sem que o médium as tocasse.

Slade provocava a levitação de objetos e materialização de mãos em plena luz do dia. Costumava cobrar 20 shillings para apresentar-se.

Ao final de sua vida, há indícios de que degenerou. Sessões promíscuas, com finalidade comercial, esgotamento físico, estímulo alcoólico, perda de saúde, enfraquecimento do caráter e conseqüente tentação de usar truques. Morreu em 1905, num sanatório em Michigan.

O interessante notar o semelhante fim de todos os médiuns que não seguiram as máximas do Cristo: "Orar e Vigiar" e "Dar de graça o que de graça receberdes".

Com o médium Dr. Monck (visto anteriormente) também ocorria o fenômeno das lousas, que estando amarradas uma a outra, surgiam com frases ditas pelos assistentes.

1880 - O Rev. Stainton Moses diz em discurso perante a Associação Nacional Britânica dos Espiritistas: "Precisamos muito de disciplina e de educação...", pois muitas fraudes surgiam junto aos charlatões.

Ficou evidente que o Reverendo era um médium consciente de que a disciplina e a reforma íntima para o Bem ‚ é imprescindível para todos.

1881 - Criado o Light - um semanário espírita de alta classe, cujo redator ‚ era o Rev. Stainton Moses.

1882 - Criada a Sociedade de Pesquisas Psíquicas

O primeiro trabalho foi dedicado a uma investigação experimental de transmissão do pensamento. Depois de longas e pacientes pesquisas, a telepatia foi considerada um fato inconteste. Várias vezes a Sociedade colocou-se numa posição de considerar fraudulentos os fenômenos espíritas. Alguns de seus elementos eram totalmente céticos e analisavam os fatos de maneira errônea, ou seja, negando a existência dos fenômenos, mesmo quando ocorriam em sua frente, a plena luz do dia.

Amplamente discutidos eram os casos de "correspondências cruzadas" em que mensagens de vários espíritos se complementavam umas nas outras.

1903 - O Ectoplasma

Tal substância foi cuidadosamente examinada em 1903 pelo eminente fisiologista francês Dr. Charles Richet (1850-1935, Nobel de medicina em 1913), que a chamou de ectoplasma. O Dr. Richet tinha as vezes como assistente Gabriel Delanne, editor da "Revista do Espiritismo".

Muitas fotos de materializações foram tiradas. Nas mais diversas experiências com ectoplasma ficou comprovado que: quando tocado, ou iluminado por luz inadequada, ele se recolhe rapidamente, com raríssimas exceções. Se agarrado e apertado, o médium gritará. Com o consentimento do médium foi cortada uma pequena porção. Dissolveu-se na caixa em que foi colocado, como se fosse neve, deixando umidade e algumas células que foram examinadas e classificadas como epiteliais da membrana mucosa.

Em algumas materializações, as formas tinham inicialmente duas dimensões. Algumas faces materializadas talvez representem pensamentos do médium. O ectoplasma pode ser branco, preto ou cinza, sendo mais freqüente o primeiro. Tudo indica que o ectoplasma‚ é a parte exteriorizada do próprio médium.

Um trabalho que assume destaque nesta área é o do prof. J. W. Crawford, catedrático de Mecânica Aplicada da Universidade de Belfast (Irlanda). Suas deduções e reflexões estão relatadas na obra "A Realidade dos Fenômenos Psíquicos". Crawford deixou numerosas fotografias e descrições detalhadas da formação do ectoplasma e das atividades do mesmo para produzir levitações, movimentos a distância e golpes (raps).

O Dr. Eugênio Osty declara após sua pesquisa sobre a formação ectoplásmica: "Encontramos um processo que revela com tal nitidez e segurança a existência, os deslocamentos e a direção psíquica dessa substância, que a demonstração de tais fatos é tão probante como a mais pura e a mais simples experiência de Física" - "Les Pouvoirs Inconnus de L'esprit Surla Matiere".

Os fenômenos de transporte têm o nome de Telecinesia, na Parapsicologia.

1907 - Eusápia Plalladino

Nasceu em Nápoles em 1854 e morreu em 1918.

Esta médium italiana foi a 1ª de efeitos físicos a ser examinada por um grande número de homens da ciência. Principais manifestações: movimento de objetos sem contato, levitações de mesas, levitação do próprio médium, aparecimento de mãos materializadas, de rostos, de luzes, execução de músicas em instrumentos sem contato e aumento de sua própria estatura.

Eusápia disse ficar automaticamente influenciada pelos pensamentos dos assistentes. Na verdade, o aspecto psicológico da mediunidade, pouco conhecido, tem grande influência sobre os fenômenos.

Eusápia era caridosa e se preocupava com as crianças, os doentes e os animais. Distribuía o que ganhava aos pobres.

1914 - O Espiritismo e a Guerra

As mortes ocorreram em quase todas as famílias despertando um súbito interesse concentrado na vida após a morte. Muitas pessoas procuravam ansiosas saber se era possível a comunicação com os entes queridos que haviam partido.

A imprensa, pressionada pela opinião pública, teve que fazer publicar casos de soldados que se comunicavam após a morte física.

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